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sábado, dezembro 15, 2012
Escrita Para Todos - Correção de fluxo em Pedro Leopoldo (MG)
Veja abaixo algumas páginas.
segunda-feira, dezembro 03, 2012
Textos de Elvira Souza Lima - patrocínio do CEPAOS
O CEPAOS (www.cepaos.org) está patrocinando a venda de três títulos de Elvira Souza Lima, das coleções de textos para educadores, a preços reduzidos. São eles:
A Criança Pequenas e Suas Linguagens
Diversidade e Aprendizagem
Diversidade na Sala de Aula
Os três títulos estão sendo vendidos ao preço de R$30,00 ( trinta reais) por conjunto, preço que inclui o envio por correio registrado simples. O pagamento é feito por depósito bancário. As pessoas interessadas devem enviar uma mensagem para cepaos.org@gmail.com.
sexta-feira, novembro 16, 2012
Formação de Professores – Neurociência
quarta-feira, outubro 17, 2012
Neurociência e Currículo
Artigo
sobre currículo de educação infantil e neurociência acaba de sair e a
editora disponibilizou o pdf! Parabéns para a Revista Presença Pedagógica, edição setembro / outubro 2012, pela iniciativa. Quem quiser ver, segue o link
http:// www.presencapedagogica.com.br/ site/sistema/as/enviados/ 0e43081245a8cf55ce69addb0ee6eef 8..pdf
segunda-feira, outubro 15, 2012
Homenagem aos Professores
Fragmento de exercício de cópia de um aprendiz
de escriba no Antigo Egito, Museu do Louvre
A escola foi criada há cerca de cinco milênios porque existiam mestres. Porque havia adultos dispostos a ensinar e a aprender ensinando. E por causa destes adultos é que a escola sobreviveu até os dias de hoje em seu formato básico: a cada geração as crianças e jovens, todos os dias, vão para um espaço separado da vida cotidiana e por um tempo determinado para se apropriarem da herança cultural da espécie, em forma de ciência, arte e linguagens simbólicas, em especial, a escrita. Para guiá-los e ensiná-los a comunidade os confia aos professores, os seres mais preparados para esta realização: formar as novas gerações.
A dimensão da importância destes adultos e de como são especiais, nem sempre é compreendida, nem por eles próprios. Algo que não é compreendido acaba não sendo valorizado. Muitos desanimam, outro tanto fica doente de cansaço e frustração, não é nada fácil conviver com o aluno que não aprende ou com todos que não aprenderam e que insistem em permanecer presentes na memória do professor. Os sucessos dos professores são invisíveis muitas vezes. O professor não sabe o impacto que teve neste ou naquele aluno, nem de como uma palavra dele ou mesmo um olhar pode instalar na criança a confiança e a autoestima. Não se pode avaliar totalmente durante o ano os resultados que aparecerão paulatinamente lá na frente da vida da pessoa. Não creio que tenhamos na espécie uma profissão tão importante. Portanto, no seu dia, professores e professoras, se alegrem porque vocês estão presentes na vida de todos nós, fazem parte das nossas memórias.
Na minha estão muitos mestres, mas meu pensamento especial vai para a Dona Aida, minha professora de primeiro ano, que foi quem abriu caminho na minha mente e coração para todos os professores que vieram depois e aos quais ela me ensinou a apreciar. Um ótimo dia dos professores a todos!
sexta-feira, outubro 12, 2012
MINHA HOMENAGEM E AGRADECIMENTO ÀS CRIANÇAS
ELVIRA SOUZA LIMA
Hoje no Dia das Crianças escrevo em homenagem a todas as crianças que fizeram a pessoa que sou hoje. Começo pelos irmãos mais novos, que ajudei a cuidar ainda criança, eu também.
Minhas duas primeiras sobrinhas que nasceram enquanto eu ainda estudava
psicologia e que foram as primeiras, com suas vivacidades e
brincadeiras, a colocar a semente da dúvida sobre alguns aspectos das
teorias que estudava na PUC. Principalmente os testes psicológicos e
Piaget. Suspeitei vagamente que havia mais coisas entre o céu e a terra
do que a simples teoria.
Às crianças que dei aula de música e
piano. Na época não entendia nada da reação delas, maravilhosa, à
música. Mas tinha o maior prazer em ensinar. Ficou na minha memória:
ensinar precisa dar prazer a quem ensina. Às crianças com síndrome
de Down, da APAE de São Caetano, que toleraram, com bom humor até,a
ignorância nossa sobre elas. Deve ter sido difuso o sentimento, mas
lembro que me sentia ignorante quando saia de lá dia após dia. O
encontro com a diversidade cultural em Paris: crianças imigrantes,
crianças francesas de classe popular e de classes abastadas, todas
juntas na mesma escola. Imigrantes da Europa, mas também imigrantes do
Marrocos, África, exiladas do Brasil e da Argentina, crianças que
falavam 5, 7, 10 línguas diferentes na mesma escola e um mundo de
experiências culturais diversas no mesmo espaço. Um choque e a
descoberta de que certas coisas são comuns a todas crianças e superam
barreiras: as brincadeiras, a música e a comunicação por movimentos.
Às crianças vítimas de regimes autoritários que conheci na França,
crianças que não foram poupadas pela ditadura, exiladas. Em especial, às
crianças que chegaram a ser expostas à tortura dos pais, aqui no
Brasil. Às crianças pequenas na periferia de São Paulo, do
Movimento Luta por creches. E a todas a que segui conhecendo pelas
creches em São Paulo.
MEUS FILHOS que nasceram no meio da
diversidade de línguas e culturas. E que me surpreendiam a cada dia
como, ainda bebês, percebiam e lidavam bem com as diferenças culturais.
Não sabíamos o que sabemos hoje sobre o desenvolvimento infantil. Eles,
então, colocaram as perguntas certas na minha cabeça. E me ensinaram,
também, que a diversidade da espécie humana é uma riqueza, não um
problema. Com eles comecei a suspeitar que a experiência cultural nos
define como pessoas e que é um desafio conviver com crianças que trazem
na sua própria pessoa as marcas de comportamentos culturais que não
partilhamos. Mesmo quando estas crianças são nossos filhos. Cuidei muito
e resisti a pedidos de pesquisadores que queriam pesquisar meus filhos.
Era o início da era Vygotsky. Meus filhos que foram parceiras nas
minhas idas e vindas e que me ensinaram muito do que sei sobre crianças
de outras culturas. Homenageio, também, todos os amigos de meus
filhos, no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa. Com todos eles aprendi
a arte da tolerância onde ela é mais difícil, no cotidiano, dentro de
sua própria casa.
As crianças indígenas que me ensinaram , entre
tantas coisas, que o Rio Amazonas tem várias cores e que a cor da árvore
depende da hora do dia. Que desenhar é uma atividade absolutamente
séria, como é, também, ouvir a natureza. As crianças excluídas, de
rua, sem teto, sem terra, trabalhadores infantis. Crianças que são
capazes de brincar de casinha no chão da comunidade de favela no Rio,
circundadas por policiais fortemente armados. Crianças latinas e negras
nos Estados Unidos, nos guetos de Chicago e em New York. Crianças
latinas, na Califórnia, fracassos escolares absolutos que acabam
aprendendo e bem, já na quinta série, a ler e a escrever. Elas me
ensinaram que é possível aprender, que todas as crianças podem aprender.
Agradeço a elas terem me ensinado procurar as raízes do fracasso na
pedagogia.
Especialmente às crianças negras, filhas de prisioneiros,
em Washington. A capacidade destas crianças em lidarem com a separação,
às vezes de pai e mãe feitos prisioneiros, marcou para sempre minha
memória. Principalmente o fato de como a literatura foi eixo de
reconstituição da família, de retorno aos estudos destes pais e de como
as crianças foram a razão das mudanças. Sabemos hoje perfeitamente que o
cérebro se transforma e como o faz. Mas na época não sabíamos.
Finalmente a todas as crianças de escolas públicas de tantas cidades nas
quais trabalhei e trabalho, que me revelaram que, sim, querem aprender.
E, principalmente, que podem aprender, apesar de todas as
adversidades. Crianças que ainda têm paciência para tentar mais uma
vez, apesar de estarem há anos na escola sem saber, às vezes, as letras.
Que, apesar do peso horrível que é o fato de serem estigmatizadas como
pessoas incapazes de aprender, seguem tentando e que desabrocham pelo
simples fato de encontrar alguém pela frente que acredita que elas são
absolutamente capazes.
Tive grandes mestres na minha vida.
Cientistas e artistas. Mestres com os quais tive a possibilidade de
contato direto e tantos outros através dos livros. A pesquisa, o
conhecimento, as teorias são absolutamente necessárias. Porém, tanto na
minha trajetória profissional, principalmente como pesquisadora, como
na vida pessoal eu devo à convivência com tantas e tantas crianças, de
várias etnias, de todas as classes sociais, de inúmeras culturas o que
consegui acumular de sabedoria.
E no dia das crianças, mais do que
presentear, é importante homenagear as crianças e lembrar que elas são
formadas por nós, a geração de adultos. E que nós somos advertidos por
elas quando nos equivocamos. Finalmente que, permanecendo com mente e
coração abertos, vamos aprender a ver nos comportamentos das crianças
a consequência e o resultado de nossas próprias ações.
Termino me
dando conta da quantidade de crianças vivendo em minha memória e como
várias delas surgiram com seus rostos reais em tantos contextos pelo
mundo enquanto escrevia. E quanta emoção estas lembranças me trazem e
quanto sou grata a meus filhos por terem partilhado este meu percurso
com generosidade.
domingo, setembro 23, 2012
A Função Antropológica do Ensinar
Esta entrevista, concedida à jornalista Paola Gentile, foi publicada na revista Nova Escola edição
n.138, dezembro de 2000.
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quarta-feira, maio 30, 2012
Cérebro Humano e Educação Hoje - Elvira Souza Lima
É necessário fazer registro na página da revista para acessar os artigos disponíveis.
sábado, março 17, 2012
Neurociências na Prática por Elvira Souza Lima - Revista Pátio, n.61
Neurociências na sala de aula: como o conhecimento
sobre o cérebro pode melhorar a aprendizagem
Número: 61
Ano: XVI
Fevereiro / Abril 2012
terça-feira, março 13, 2012
Como o Cérebro Aprende a Ler - Elvira Souza Lima
Revista Presença Pedagógica
Edição janeiro/fevereiro de 2012 - nº 103
domingo, março 11, 2012
Entrevista com a Profa.Dra. Elvira Souza Lima - Portal Futurum
Elvira Souza Lima é pesquisadora em desenvolvimento humano, com formação em neurociências, psicologia, antropologia e música. Trabalha com pesquisa aplicada às áreas de educação, mídia e cultura. Tem várias publicações, entre elas 'A criança pequena e suas linguagens', 'Quando a criança não aprende a ler e a escrever', 'Práticas culturais e aprendizagem', 'Brincar para quê?', 'Neurociência e aprendizagem', 'Neurociência e escrita'. Atualmente desenvolve seu projeto ESCRITA PARA TODOS em prefeituras e em escolas. É Doutora em Ciências da Educação pela Sorbonne/Paris; fez pós-doutoramento na Stanford University em antropologia e Linguística, com bolsa da FAPESP, pós-doutoramento, pelo CNPq, no Institte for the Study of Child Development, University of New Jersey e pós-doutoramento em Educação Multicultural na University of New México.
PF: Para o século XXI, se anuncia uma contribuição importante para a educação formal vinda da neurociência, área de conhecimento, que se estabeleceu na segunda metade do século XX e que, pelo impressionante número de pesquisas e estudos, ampliou significativamente nosso conhecimento sobre como nós, os seres humanos, nos desenvolvemos e aprendemos. Como é seu olhar diante das transformações provocadas pela neurociência no processo de aprendizagem e como pode contribuir para a formação do professor?
Profa.Elvira: A neurociência lança luz na docência, revelando como ocorrem os processos de aprendizagem. Ela detalha, também, as particularidades de cada período de desenvolvimento do aluno e nos permite entender melhor como que ao aprender na escola. É um momento muito interessante da evolução da ciência, pois temos mais condições de encaminhar a docência para a aprendizagem de todos.
O que mais me surpreende é como o professor, de posse de alguns conhecimentos da neurociência, transforma sua prática e aumenta sua autoestima. O que a neurociência revela é que o cérebro do adulto também não é estático, é altamente plástico e se reformula de acordo com a vida da pessoa. Ora, um adulto que educa as novas gerações está sempre em ‘movimento’ interno. Todos os dias, várias horas por dia, ele está em interação muito ativa com o conhecimento e com os alunos. Então ele é sujeito da ação educativa e sua pessoa se transforma pela ação profissional que ele exerce.
O que a neurociência deixa claro é que nós, que formamos outros adultos, precisamos entendê-los como seres de cultura, de emoção e que são, assim como as crianças e jovens, pessoas em desenvolvimento. Entender o adulto professor como ser humano em transformação é o que nos permite desafiar, promover, provocar novas formulações mentais. A formação continuada perde seu caráter estático para envolver o trabalho pedagógico como ponto de partida, para então, analisá-lo à luz das teorias e da pesquisa. Não se pode fazer um pacote e impô-lo ao professor, o que precisa é que o professor seja autor, participe da proposta pedagógica, torne este processo em memórias de longa duração.
PF: A neurociência valoriza a pessoa do adulto educador ao mesmo tempo em que o alerta para a complexidade da ação humana de ensinar, por um lado, e de aprender, por outro. Em suas palestras uma de suas falas está relacionada ao número de intervenções que um professor faz em sala de aula o tempo todo com seus alunos. Como são interpretadas pelos cérebros dos professores essas intervenções?
Profa. Elvira: A primeira coisa que se pode dizer é que se torna muito cansativo para o cérebro do professor a repetição seguida e as negociações constantes para se conseguir a atenção dos alunos. Pesquisas mostram que o professor brasileiro passa muito mais tempo que os de alguns países chamando atenção, fazendo advertências ou resolvendo confusões em sala de aula. É um desgaste grande, porque, também, ele tem menos tempo de ensinar, os alunos aprendem menos, dependem de recuperações de vários tipos. No final, é um grande desgaste e a energia que se deve empregar na docência se dilui em ações que pouco tem a ver com o ensino propriamente dito.
O caminho para sair disto é introduzir a educação da atenção como componente curricular. Outros países já o fizeram. Esta é uma característica das gerações atuais, que desenvolvem padrões de atenção para o uso das novas tecnologias e que precisam desenvolver aqueles necessários para as atividades escolares.
A ação docente também é um exercício de criatividade. O professor precisa ter, digamos, seu cérebro disponível para ensinar, o que só acontece se outros fatores de disciplina não interferirem todo o tempo.
Leia a entrevista completa no Portal Futurum (aqui)