sábado, julho 02, 2011

Zona de Desenvolvimento Proximal

Elvira Souza Lima


O conceito, elaborado pelo psicólogo russo Vygotsky, foi traduzido ora como zona de desenvolvimento proximal (ZDP), ora como área potencial de desenvolvimento. É um conceito mais difundido na área pedagógica, embora sua formulação não tenha sido restrita somente à aprendizagem do conhecimento formal.

A ZDP diz respeito a processos de pensamento e à utilização de instrumentos mentais que se tornam efetivos a partir de uma interação mediada pelo conhecimento. Ou seja: a interação com uma pessoa com domínio de determinado conhecimento ou metodologia pode levar o ser humano a se apropriar deles. Isso possibilita ao aprendiz progredir na aquisição dos conhecimentos formais e na solução de problemas tanto na vida escolar como na cotidiana.

A mediação depende do conhecimento acumulado da pessoa mediadora e de sua capacidade de estabelecer conexão entre o que o aprendiz sabe e o que está em processo para saber. A sensibilidade do mediador se faz, então, necessária. Saber colocar-se no lugar de quem aprende torna-se um fator de desenvolvimento. Na escola, essa mediação é feita, primordialmente (mas não exclusivamente),
pelo professor.

O conceito de desenvolvimento potencial tem, dialeticamente, sua contrapartida: o desenvolvimento prévio. Por um lado, é ele que estabelece a área de potencialidades para novas aprendizagens. Por outro, é o próprio contexto cultural que apresenta condições (ou não) para que as aprendizagens ocorram. A efetivação das potencialidades humanas se dá em função dos instrumentos culturais e do conhecimento acumulado historicamente. Quando aplicado à criança, o conceito se refere à dimensão histórica e cultural da infância. A escola fica, então, definida como um contexto cultural em que a ação dos educadores pode avançar ou inibir o desenvolvimento de cada aprendiz, segundo a docência praticada e as aprendizagens realizadas a partir dessa docência.


texto publicado em Letra A - o jornal do alfabetizador
maio/junho 2011, Ano 7, n.26

CEALE, UFMG