sábado, novembro 08, 2014

ELVIRA SOUZA LIMA - A TELA E O DESENVOLVIMENTO HUMANO : como a tecnologia e outros produtos culturais impactam o cérebro



A tela e o desenvolvimento humano 
Como a tecnologia e outros produtos culturais impactam o cérebro

por Elvira Souza Lima


Que impacto tem o computador e outros artefatos tecnológicos no desenvolvimento e na formação humana? São centenas as pesquisa sobre a interação homem e tecnologia. Uma temática muito pesquisada é a interação com os equipamentos tecnológicos com tela. A exposição à tela iluminada (TV, computador, celular, ipad, etc), segundo vários pesquisadores, pode impactar negativamente o desenvolvimento humano. Tanto é que a Associação Nacional de Pediatria dos Estados Unidos recomenda que crianças até dois anos não sejam expostas à tela.

Razão: a tela plana interfere no desenvolvimento da visão que acontece ao longo dos dois primeiros anos de vida. Um outro motivo: a limitação que o uso dos equipamentos tecnológicos acabam por acarretar no desenvolvimento da criança, pelo fato de que, frente à televisão ou computador, ela não realiza outras atividades básicas que garantem a formação de memórias a partir das experiências com os outros sentidos e dos movimentos do corpo no espaço. Além, naturalmente, de experiência com os objetos e pessoas do mundo real.

Há muito que pesquisar sobre o uso da tecnologia, porém é sempre bom lembrar que todo e qualquer equipamento tecnológico faz parte da cultura humana e que o cérebro se desenvolve em função da cultura. O desenvolvimento do cérebro é de natureza biológica e cultural. O cérebro se forma, se desenvolve e amadurece com base na genética da espécie e pelas experiências de vida de cada um.

leia o texto completo em CARTA NA ESCOLA / Carta Capital
http://www.cartanaescola.com.br/single/show/458


quarta-feira, julho 23, 2014

Contribuições da neurociência para a educação - no site Educar Para Crescer




No ar matéria da competente jornalista Iana Chan, com quem tive o prazer de conversar longamente, sobre cérebro, desenvolvimento humano e infância.

http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/contribuicoes-neurociencia-educacao-791927.shtml

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Não há receita para educar os filhos, mas a Ciência tem apontado caminhos para a difícil tarefa de fazer com que os pequenos tenham uma vida plena, saudável e bem-sucedida. Nas últimas décadas, o estudo do cérebro trouxe várias contribuições para o trabalho de pais e de professores.

Conhecer como funciona o cérebro não é pouca coisa. Esse órgão de 1,5 kg comanda nosso desenvolvimento físico, social, emocional, linguístico e cognitivo. Personalidade, emoção, linguagem, memória, pensamento… Está tudo lá. E a chamada neurociência já descobriu alguns mecanismos que contribuem para o desenvolvimento saudável do cérebro. "Ao revelar essa coreografia cerebral, a neurociência nos mostra a melhor forma de interferir", diz Elvira Souza Lima, pós-doutorada pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e pesquisadora em desenvolvimento humano, com formação em Neurociência, Psicologia, Antropologia e Música.

Um desenvolvimento cerebral saudável, dizem os especialistas, precisa de estímulo e proteção. "As experiências no começo da vida formam a base para todo o desenvolvimento posterior", explica diretor do Centro para o Desenvolvimento Infantil de Harvard, nos Estados Unidos, Jack Shonkoff, que defende a importância da interação das crianças com a família e a proteção contra o chamado estresse tóxico. "Precisamos assegurar ambientes acolhedores, estáveis e estimulantes para as crianças", afirma .

Nota: as falas de Elvira Souza Lima foram coletadas durante o XVII Seminário de Educação Infantil, organizado pelo Centro de Estudos do Colégio Santa Maria, em São Paulo, enquanto as de Jack Shonkoff foram proferidas durante o Seminário Interativo pela Primeira Infância, na Câmara Municipal de São Paulo.



sexta-feira, julho 11, 2014

quarta-feira, abril 16, 2014

O que os olhos veem, o cérebro sente


O que os olhos veem, o cérebro sente


12 fatos sobre como estímulos visuais e motores atuam no processo de alfabetização. Coisas que você pode fazer em casa com seu filho

Por - Mariana Meira, filha de Marisa e Celso - Revista Pais e Filhos
11.04.2014

1. Ler e escrever é também um processo biológico. Além dos aspectos culturais envolvidos na leitura e escrita, o aprendizado dessas habilidades depende de estimular o cérebro, diz a pesquisadora em desenvolvimento humano Elvira Souza Lima, mãe de Juliana e Gabriel. “O estímulo leva o cérebro a se apropriar da linguagem ensinada, formando sempre novas conexões ao aprender”, explica.

2. Escrever é mais complexo do que ler. O cérebro ativa 17 áreas cerebrais diferentes para ler. Já para escrever, o cérebro precisa das habilidades aprendidas anteriormente na leitura.

3. Começar a ler e escrever mais cedo não significa ser mais inteligente. Colocar o lápis na mão do seu filho aos 4 de idade não vai fazer dele um pequeno gênio. De acordo com a pesquisadora, estimular a criança com atividades lúdicas e artísticas, como desenhar e tocar instrumentos, pode dar uma base mais sólida pra que ela seja melhor alfabetizada na hora certa.

4. Espelhar as letras na hora de escrever é normal. Em geral, as crianças começam a escrever por volta dos 6 anos. No começo, muitas invertem o R , o L e o S. “Depois dos 7, a criança passa a associar melhor a imagem e passará então a escrever mais corretamente”, explica a pesquisadora.

5. Os estímulos feitos na infância ficam na memória do cérebro pra sempre. “As atividades artísticas da infância dão a base para o cérebro aprender outras habilidades”, diz a pesquisadora.  Adquiridas nos primeiros anos de vida, as modificações cerebrais que essas atividades produzem estimulam a imaginação e a criatividade. Permanecem pra vida toda e fazem toda a diferença na alfabetização.

6. Música é a atividade artística mais completa. Pode ser um instrumento, palmas marcando um ritmo, um canto ou uma dança: o estímulo que vem com o aprendizado musical é mais completo do que ler e escrever. A música é campeã em ativar redes neuronais no cérebro. “Uma criança que começa antes dos 7 anos a estudar música tem maiores possibilidades de os lados esquerdo e direito do cérebro se comunicarem melhor, desenvolvendo a atividade do pensamento”, explica Elvira.

7. Música facilita o aprendizado. A música exercita a concentração e a criatividade e ainda envolve habilidades motoras e visuais. Isso sem contar a parte emocional: “Cantar sozinha ou em conjunto libera uma química positiva que gera bem-estar na criança e, por aumentar a autoestima, melhora o desenvolvimento escolar”, aponta a pesquisadora.

8. Cantar ajuda no desenvolvimento do vocabulário e no domínio da gramática. “Enquanto a criança desenvolve a noção de ritmo, desenvolve também a expansão do vocabulário e a segmentação das palavras cantadas,  aprendizados importantes para ler e escrever”, aponta a pesquisadora.

9. O foco e a atenção são exercícios, e não características da criança. O aprendizado da leitura  é um processo biológico e cultural. “A criança precisa formar os atributos”, ressalta a pesquisadora. Por isso, os estímulos dos pais e da escola são fundamentais para criar as estruturas cerebrais responsáveis pela atenção.

10. Atividades criativas são fundamentais. Por ser uma atividade passiva, assistir desenho na TV ou no tablet não estimula o cérebro com tanta intensidade como quando a criança cria algo novo. “Apenas receber as imagens visuais e coloridas não forma novas redes cerebrais e não estimula o poder da imaginação”, explica a pesquisadora. A dica é não exagerar nem lá, nem cá: controle o tempo do seu filho no computador, tablet e celular.

11. Intercale livros com e sem imagem para o seu filho de vez em quando. “Quando uma criança não tem o apoio das ilustrações em um livro, ocorre mais intensamente o processo de imaginação e formação mental de imagens, importante para o desenvolvimento”, explica Elvira. 

12. Faça atividades em família pelo menos uma vez por dia. Que tal reservar um tempo pra ligar o som e colocar todo mundo pra dançar e cantar junto? Ou espalhar a caixa de lápis e papeis em cima da mesa e deixar a garotada se divertir? Acredite: não são coisas difíceis de fazer e os resultados valem a pena. “A repetição vai formar redes neuronais na criança, liberar neurotransmissores positivos para ela se sentir bem e ainda estimular o contato entre pais e filhos”, sugere a pesquisadora.

Consultoria: Elvira Souza Lima é mãe de Juliana e Gabriel e pesquisadora em desenvolvimento humano, com formação em neurociências, psicologia, antropologia e música.

http://www.revistapaisefilhos.com.br/nossa-crianca/o-que-os-olhos-veem-o-cerebro-sente