sexta-feira, novembro 16, 2012

Formação de Professores – Neurociência

Cássia A. José Oliveira 
Rosane Callegari 
Rosilene Moutinho Arriola






PROFESSORAS AUTORAS :  O texto abaixo foi escrito pela Cassia, Rosane e Rosilene, participantes assíduas em nossos grupos de estudo.  É  importante escrever, criar memória do conhecimento pedagógico e das reflexões. Enfatizo sempre a necessidade de que o professor escreva tanto para si mesmo, fator de desenvolvimento profissional e pessoal, como para partilhar com os profissionais de educação.     Aproveitem!! 

Elvira Souza Lima


Ser pedagogo (a) é ter um grande desafio pela frente, é tratar do ensino para a formação das novas gerações! Quem trabalha com educação precisa estar constantemente atento à formação, pois ela é contínua ao longo da carreira profissional. O momento atual e todas as suas demandas clamam por profissionais de ensino que sejam competentes em sua prática educativa para que favoreçam efetivamente as aprendizagens dos educandos, tanto cognitivas, quanto sociais e afetivas. O olhar para a Educação, para as famílias e, principalmente, para os alunos, necessita, cada vez mais, de refinamento e de diversas óticas. A neurociência é uma dessas lentes fundamentais que lançamos mão em nossa prática pedagógica para torná-la mais clara. Conhecer e levar em consideração o desenvolvimento do cérebro é fundamental, pois a aprendizagem dos conhecimentos escolares acontece em função do desenvolvimento e funcionamento deste órgão.

Pesquisar e estudar sobre a neurociência, nos grupos de estudos, orientados pela Elvira de Souza Lima, tem nos ajudado a compreender como o cérebro humano funciona e, portanto, aprende, dando-nos uma possibilidade maior de alinhar a nossa docência aos processos mentais em cada fase do desenvolvimento, tornando a nossa ação mais eficiente. Como pano de fundo, estamos estudando a biologia e a sua relação com a aprendizagem, ou seja, o que é próprio do desenvolvimento da espécie e o que culturalmente pode ser ensinado atrelado a esse desenvolvimento.

O que é ensinado é cultural e tudo o que é cultural sofre perdas e ganhos, dependendo da nossa atuação. Nesse sentido, as nossas intervenções devem ser sistemáticas, com muitas reincidências para que a aprendizagem passe da memória de curto prazo para a memória de longa duração. Somente assim ela se solidifica e pode ser usada em diversas situações, num processo de relações e de transferências. É assim que os neurônios fazem sinapses, criam novas redes, tornando os conhecimentos significativos e aumentando a nossa capacidade de aprender.

Se o conhecimento não foi trabalhado no momento adequado ou não foi revisitado o suficiente não se formará a memória de longo prazo, parecendo até que os alunos nunca visitaram aquele conteúdo. Como mágica, eles desaparecem!

Na Educação Infantil, o foco de estudo tem sido o desenvolvimento das estruturas de pensamento e o quanto o trabalho com a socialização, com a função simbólica, com o movimento, com o espaço, com os sentidos, com a observação, a atenção, a memória, a imaginação, a criatividade, a geometria, a música e as artes são fundamentais.

Para as professoras de 1° e 2° Anos, os estudos dão continuidade aos aspectos anteriores, mas privilegiam reflexões sobre a escrita, a leitura e a Matemática, que são desdobramentos da função simbólica, pois envolvem a elaboração de sistemas simbólicos, ou seja, dar significado ao que antes não tinha. 

Para a alfabetização e a sua consolidação é importante resgatar e ensinar padrões como as sílabas, aprofundando os estudos das dimensões da linguagem que envolvem não somente escrever corretamente a ortografia, mas escrever frases e textos com estrutura, dominando o significado das palavras, ampliando o acervo de vocabulário, com conhecimento da origem das palavras e com prosódia, que é a dimensão mais complexa que dá vida, dá cor, dá imagem à escrita.

Quando os professores ampliam seus conhecimentos sobre a neurociência conseguem contribuir melhor para a elaboração de uma didática alinhada com os processos mentais em cada período de desenvolvimento. Na verdade, só há aprendizagem dos conhecimentos formais pelo ser humano se houver ensino planejado e intervenção a cada atividade realizada.

Uma grande contribuição que a neurociência trouxe para a educação é esclarecer que só haverá aprendizado se houver ensino do conhecimento formal por parte do educador e estudo e esforço por parte do educando.

Cássia A. José Oliveira – professora do 1° Ano
Rosane Callegari – professora do Jardim I
Rosilene Moutinho Arriola – professora do 2° Ano